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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Artigo - Orientação e Mobilidade

“Uma pessoa cega, que se movimenta bem, com eficiência e segurança, e que é um bom trabalhador, está na firme posição para se tornar um empregado bem sucedido e, ainda, na medida em que demonstra sua competência, derruba as barreiras para o emprego de outras pessoas cegas.” Ponchillia, Ponchillia AFB, 1999
 
Artigo – Orientação e Mobilidade

- O que é? Conceituar – segundo fulano (ano)

- Descrição da modalidade de atendimento

- Objetivos

- Resultados

- Onde o serviço é encontrado?

- Profissionais

Este trabalho é resultado de uma pesquisa teórica baseada em: Novi (1996), Brasil (2002), Brasil (2003), Kill; Ponder (1976), Felippe (....) e também de um estudo de caso de três alunos com deficiência visual que foram atendidos no serviço de Orientação e Mobilidade. Este serviço é destinado às pessoas que apresentam deficiência visual.
A Deficiência visual se evidência em duas alterações a baixa visão e a cegueira. A baixa visão é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados tais como: baixa  acuidade visual significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes que interferem ou limitam o desempenho visual do indivíduo. (HUGONNIER et all, (1989, p. 9).
A perda da função visual pode ser em nível severo, moderado ou leve, podendo ser influenciada também por fatores ambientais inadequados. A cegueira é a perda total da visão até a ausência de projeção de luz.
Do ponto de vista educacional, deve-se evitar o conceito de cegueira legal (acuidade visual igual ou menor que 20/200 ou campo visual inferior a 20º no menor olho), utilizada apenas para fins sociais, pois não revelam o potencial visual útil para execução de tarefas. (HUGONNIER ET all, 1989, p. 10) segundo Hill e Ponder (1976) orientação e mobilidade é a capacidade que o indivíduo tem para abstrair e concretizar as técnicas oferecidas na mobilidade e evidenciá-las na prática. Na orientação o individuo tem a habilidade de perceber o ambiente que o cerca, estabelecendo as relações corporais, espaciais e temporais com esse ambiente, através dos sentidos remanescentes. A orientação do deficiente visual é alcançada através da utilização da audição, aparelho vestibular, tato, consciência sinestésica, olfato e visão residual nos casos de pessoas portadoras de baixa visão.
Mobilidade é a capacidade ou estado inato do indivíduo de se mover reagindo a estímulos internos ou externos em equilíbrio estático ou dinâmico.
Conforme Brasil (2001) a orientação  e mobilidade se faz por meio de atendimento educacional especializado e constitui apoio aos professores da rede de ensino comum. Facilitando a independência, a locomoção e o uso adequado das técnicas permitindo nesse processo que o educando, cego ou de baixa visão, adquira a capacidade de se locomover de se orientar em diversos espaços com autonomia confiança em si, domínio pessoal, condições favoráveis à sua inclusão social.
Conforme Brasil (2002), a O M tem como objetivo geral proporcionar à pessoa cega ou de baixa visão independência, autonomia na locomoção e autoconfiança, como elementos favorecedores de sua inclusão social, nas mais variadas situações e ambientes, utilizando-se para isto de técnicas específicas adquiridas por meio de aplicação e aprendizagem em vivenciais contextualizadas colaborando conseqüentemente despertando na sociedade a aceitação  e valorização das pessoas com deficiência visual.
Com a utilização de um programa individualizado, mas com a possibilidade de atividades em pequenos grupos, com a efetiva participação da família, de outros profissionais, observando-se a idade, interesse, necessidade, experiência e características da deficiência (cegueira congênita e adquirida, baixa visão e deficiências associadas).
A o m possibilita que a pessoa com deficiência visual desenvolva habilidades e capacidades de tal forma que se torne capaz de:
. Conhecer, sentir, perceber e se relacionar afetiva e efetivamente com seu próprio corpo;
. Usar, o máximo possível e de forma segura, a capacidade funcional de sua visão residual (nos caso de pessoas portadoras de baixa visão).
. Perceber e se relacionar eficientemente com o espaço, assim, como os objetos, sons e odores significativos do ambiente, através da utilização dos sentidos remanescentes:
.Utilizar adequadamente as técnicas com o guia vidente;
. Empregar adequadamente e com eficiência as técnicas com a bengala longa;
. Empregar com segurança e eficiência as técnicas de auto-proteção ;
. Estabelecer contato adequado com as pessoas em geral;
. Locomover-se com segurança, eficiência e adequação por áreas internas e externas com características das mais diversas, assim como utilizar os meios de transporte.
Hill e Ponder (1976) consideram, que quando a pessoa com deficiência visual pensa onde está, onde quer chegar e como fazer para alcançar seus objetivos, ela já venceu a etapa dos Pré – requisitos básicos *As cognitivos: Aquisição e concretização de conceitos; natureza dos objetos e ambientes; uso e função dos objetos, pensamento lógicos; solução de problemas e tomada de decisão retenção e transferência; abstração e generalização.
b) Psicomotores: Movimentos básicos fundamentais (locomotores, não locomotores e manipulativos); capacidades perceptivas. (discriminação sinestésica, tátil, visual, auditiva, olfativa  e coordenações olho/mão olho/pé ouvido/mão, ouvido/pé); capacidades físicas; habilidades e destrezas motoras.
c) Emocionais; atitudes; motivação; valores auto imagem e auto confiança.
            As habilidades básicas a serem desenvolvidas como programa de O M são: a) as técnicas com a utilização do guia vidente.
b) Técnicas de auto proteção:
No exercício da docência vivi experiência com alunos deficientes visuais que me fizeram perceber a importância da O M para a independência e inclusão dessas pessoas, porém vejo a necessidade de me basear nos relatos desses alunos atendidos no programa para ilustrar o que acabo de afirmar.
      “No ano de 2004 atendia o aluno Jair, que com sua enorme vontade de aprender nos deu muitas alegria.
      Foi um adulto oprimido de estímulos vivia fechado em um quarto e não saía nem para fazer suas refeições.
      Com  persistência e vontade de vencer deu seus primeiros passos após doze meses de treinamento, descobriu pistas e pontos referenciais que o levou a perceber em um crescimento o caminho certo e preciso que o levou ao ponto de ônibus, onde utilizaria o transporte rodoviário.
Então disse:
- Graças a Deus aprendi o caminho do ponto de ônibus, minha maior vontade era caminhar sozinho e não depender dos outros.
- Em outra experiência com baixa visão tive um aluno com o nome de José não caminha com independência porque não sabia utilizar seu resíduo visual tinha dificuldade para perceber obstáculos e estabelecer sua posição em reação ao meio ambiente.
      Após dois meses de treinamento conquistou sua autonomia e independência para ir e vir.
      No último dia de atendimento me disse:
- Como é bom ter independência, conquistar o mundo ir para onde eu quiser sem precisar de ninguém.
      São algumas as experiências vividas por mim e que foram inesquecíveis.

      O que o serviço de Orientação e Mobilidade proporcionou a você?
      O serviço de O M constitui um recurso pedagógico fundamentalmente importante na vida da pessoa sem visão. Pois esse recurso permite o domínio do espaço territorial utilizado por nós em diferentes ambientes.
      Talvez seja o mais significativo conhecimento que pode integrar a nossa vida. (Flávio)

Considerações finais

A convivência e o trabalho com alunos que apresentam deficiência visual me fizeram perceber que o ponto central da Orientação e Mobilidade diz respeito à conquista da liberdade por essas pessoas.
      A possibilidade de ir e vir com segurança, autonomia e independência faz com que a pessoa com deficiência visual sinta-se mais realizados e acima de  tudo extremamente feliz por ter atingido uma meta que parecia ser muito difícil. É importante destacar também a melhora na qualidade de vida dessas pessoas.

Clarice Martins de Fátima Morais
Professora CAP - Uberaba MG

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